Aprender sempre...

Ser mãe é ter a humildade de aceitar-se como fonte de vida de um ser que não nos pertence e, ao mesmo tempo, é tão nosso quanto qualquer outra parte de nosso corpo. Ser mãe é colecionar pérolas diárias, e por que não? Compartilhá-las...

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Crítica de cinema


O momento é de tensão... "O retorno do rei" merece ser visto pela vigésima vez. O que fazer com as crianças presentes??? Sim, o filme tem cenas fortes que podem garantir uma noite inteira de olhinhos arregalados ou sonhos perturbadores.
A mais velha, filha de atriz, convence-se fácil de que aqueles seres são atores e os demais são "bonequinhos". Alguns são desenhinhos de computador e já me comprometi a comprar na 25 de março teias de mentira como as que aparecem na telinha. Complicado é ver o filme e fazer o making off ao mesmo tempo. Vim para o computador, confesso que ter meus "ahs" e "ohs" limitados pelo desencanto de descrever como são feitas as cenas tirou-me o ímpeto de vê-las. O melhor de filmes assim é o susto. Proibido quando há uma platéia cuja média de idade é de 3 anos. "Tia, a teia gruda, né?" "Não, querida, é só faz de conta, você vai ver quando comprarmos a nossa". "Nem um pouquinho?" muxoxo e frustração. Todo o trabalho técnico de construir uma aranha gigante que faria de Frodo uma imensa pamonha, foi por água abaixo. Papai resolveu a situação dizendo que a aranha enorme estava enrolando o Frodo pra fazer pacote e enviar pelo correio. Ataque de riso da mais velha. Para a pequena a técnica usada foi dizer que aquela era a mamãe da Martha. Quem é Martha? A aranhinha que mora no banheiro, gente... É pra ela que foi feita aquela musiquinha "um dia dona aranha, subiu pela parede, veio o chuveiro e a derrubou..." Sim, aranha que mora no banheiro é derrubada pelo chuveiro. Pelo menos no banheiro não chove.
A cena segue, e o papai diz que o gordinho (Sam) vai lutar contra a aranha. A pequeninha, convencida de que o filme também faz parte de seu mundo paralelo, entrava uma conversa, exatamente como faz com as centopéias, as folhas e os dedos do meu pé. No meio da batalha letal, sem o menor respeito pela dificuldade do pobre hobbit, ela pergunta "tudo bem, gordinho?". A pergunta se responde sozinha ao desferir a aranha um golpe mais contra o rapaz. A pequena torce o narizinho, fecha a boquinha torcendo-a de lado e responde: "não, não tá tudo bem..."
Como ela mesma sempre diz: "não tem problema!!" A gota d'água para convencer-me a abandonar a sessão veio da maior, que adora brincar de salão fingindo que tinge meu cabelo. O grand finale? O close de Gandalff ser visto com olhinhos brilhantes que sussurraram :"puxa, se ele estivese aqui a gente podia pintar o cabelo dele". Vamos combinar que hoje em dia mais ninguém usa cabelo branco, né?
Os orcs estão se acabando de tanto gritar e babar, aterrorizantes, enquanto o Pablo e a Moranguinho trocam de roupa mais uma vez. Baita filme chato esse "Senhor dos Anéis"...
Alguém se anima a trazer pra cá mais um sucesso de bilheteria?

domingo, 25 de julho de 2010

Pirulito não é flor.


Tem ano em que a gente planeja e planeja e nada sai como deveria. Pior é ano que começa com mau pressentimento e vai confirmando a suspeita mês a mês sem piedade. Nem festinha de aniversário resistiu, mas sempre há bons amigos perto para resolver a questão e te convencer a fazer um bolo, não importando o que tenha acontecido para trás... E assim foi, ainda bem! Mesa impecável, quatro tias superqueridas, papai, mamãe, irmã. O bolo com o visual escolhido pela protagonista e mais alguns detalhes rebuscados que foram apreciadíssimos. Pela aniversariante e suas convidadas. A mesa, com poucos recursos bem distribuídos e os presentes, simplesmente surpreendentes. As fotos saíram com ar retrô e tudo funcionou deliciosamente.
A família fez sua parte e organizou mais um parabéns!! Tudo funcionando, salvo que a guardiã mor da protagonista se ausentou e ela sentiu na pele o ciúme da primogênita da nova geração. Conflitos da vida que ensinam, mas doem.
O sorriso de sempre havia sido trocado por um grude pouco comum, uma indiferença inimaginável contra quem a incomodava e a busca de conforto em cada colinho adulto. Até a bisa entrou na dança.
Nem o encontro com papai cicatrizou a dorzinha, sono e manha se juntaram ao novo perfil.
Um prato de comida quentinha resolveria o problema. Sim, por uma hora e meia de breve soneca. O sono, perturbado pelas más lembranças do dia, tardou em ser recuperado. Mamadeira de leite, água, cobertor, tira cobertor, meia, tira meia, nada surtia efeito. O desabafo trouxe paz e terminou de despertar. Hora de contar historinhas..."Mamãe, vou te contar uma história". "Tá, filha, qual?" "A do peixe". Que história de peixe era essa??? Pergunta formulada, pergunta respondida. "Era uma vez um peixe que estava nadando na água" (ainda bem...)"E depois, meu amor?" "Aí ele nadou, nadou, nadou e fugiuuuuuuuuuuuu", narração acompanhada de braçadas e pernadas no colchão, e claro que o "iuuuuuuu" foi gritado. "Mamãe, conta uma historinha?" "Qual, querida?" "João e..." O pedido era João e Maria. OK. Quando João e Maria estavam indo pra floresta e levando pão pra deixar migalhas no caminho, deu-se o primeiro sinal de que era uma péssima idéia: "eles levaram queso y jamón também, jamón que se chama presunto, né mamãe?" Pronto, conjecturas bilingues em meu conto de fadas, hmpf. "É, filhinha". João e Maria continuaram seu passeio comendo misto frio, e a história precisa render para surtir efeito sonífero, e claro que isso se ganha nos detalhes. Muitos detalhes. Detalhes demais. Dispensáveis, aliás. Porque João e Maria chegaram à casa de doces e ela tinha um jardim. Um jardim lindo, brilhante e colorido, com flores de pirulito! "Flores de pirulito, mamãe?" E os olhos arregalados já em tom de chacota. "É meu amor, flores de pirulito, um monte". "Flor de pirulito??? Que nojooooooooo!!!Blãããã!" Esse "blã" é impagável e está registrado em filme em outra ocasião, porque todo mundo merece um dia ver. O nojo das flores de pirulito é que só mais tarde fui entender ser apenas o começo de uma noite bem longa de histórias non sense, até a mamãe entendiar a criança com seus próprios cochilos no meio das narrativas. E vencê-la pelo cansaço. Meu cansaço.
Mas aí acordei e fiquei pensando com meus botões: casa com porta de bolo, telhado de chantili e chão de gelatina pode. Mas flor é flor, pirulito é pirulito...

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Atenção mamããããããeeeeee!!!

A criança acorda pra vida, e a cascata de surpresas ocorre por minuto? Onde se registram esas pérolas para que não se percam nunca mais?
Trabalhar conectada permite aproveitar este espaço virtual para rápido registro de sacadas imperdíveis, como o pão voador do café da manhã- sim, só tem graça para quem estava lá e viu o pão francês virar foguete com piloto e tudo.
E que tal adestrar centopéias aos gritos? Qualquer centopéia se chama Juquinha, e hoje um Juquinha que descansava lá fora ouviu a ordem imóvel :"senta, Juquinha!" Achei melhor não ver o que acontece com uma centopéia que não obedece e é ameaçada de ficar sentada de castigo...
Foi um dia inteiro de graça, sobrou até pro papai... Ao ver um desenho na TV e considerar-se a própria personagem, a criaturinha solta que era a Angelina. O papai? Angelino, oras, quem mais...
Filho não acaba nunca, em crescimento, aprendizado, ensino, amor... É pleno e eterno sempre, e pra lembrar-me disso, em plena concentração internáutica, sou despertada por um grito inconfundível "atençãããããããoooooo mamãããããããããeeeeeeeee!" Vindo de um rolo de papel higiênico que acabara de ser promovido a megafone...Atenção, mamãe..."eu vou í no poudadô"

domingo, 18 de julho de 2010

Ella no baila sola


El cable ofrece muchas opciones riquísimas para la familia, pero todavía está por aparecer una canal mejor que el de músicas...
Es casi hora de dormir y quedan cosas por hacer antes de hacer entrar a la cama cada uno, y no hay otra sino distraer a las bebes un rato más con algo que no falla nunca: música!
La mayorcita, larga experiencia con ballet,da la clase; la menorcita, con rebeldía y estilo propio, inventa sus pasos sin ayuda, y van coreografando a Boy George o Latin Brothers en ritmo reinventado y muchas carcajadas...
Pero la danza es un juego en equipo y la petiza le pide a la mayor "baila conmigo?"
Y se divierten igualmente, aprendiendo lo lindo de eso que siempre he visto y nunca probado, la dulzura de tener hermanos. No importa que bailen diferente, que tengan ritmos desencontrados, siguen enlazados los dedos, las miradas, los pasos y la risa.
E igualmente se hartan de estar atadas y se sueltan; una baila mientras la otra "cocina", y pronto ambas cocinan y nos hacen conejitos de india de sus platos de aire e imaginación. Ya es otra la danza, pero sigue siendo conjunta.
No lo han podido elegir. Han recorrido caminos alejados que se encontraron. Si siguen entendiendo por qué y por quién está la otra, van a descubrirse dependientes e independientes y a respetar la danza que las conduce y a hacerla tocar cada día más alto: la sangre que llevan dentro.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Cresce sim.

Um feriado, e mais que descansar, o que se deseja é muito cansaço maternal!!! Depois de intensa semana passando, às vezes, 12, 13 horas longe da cria, mesmo louca por um travesseiro, é inevitável fazer a criança sair mais cedo da cama só para passar mais tempo junto...
A semana intensa foi justamente uma daquelas semanas que mãe trabalhadora perde:semana de nova informação em uso.
Frases novas, expressões novas, reações novas.
Como deixar de pensar "nossa, ela está grande, sabe até argumentar"?
A pessoinha, ao ouvir o nome de um amigo, solta que ele é seu tio favorito, lindo, seu herói... Ou do nada se mata de rir porque está andando atrás da mãe e imitando-a...E a que merece Nobel de criatividade: após mexer em um armário proibido, vir bravíssima dizer que o armário a mordeu, e o dedinho esticado pedindo beijo.
A mãe, incrédula, lembra-se da criaturinha parida que só sabia gritar e retribuir olhares. E agora, tem em mãos uma pequena mistura de si mesma com metade da família do pai, que é capaz até de questionar os castigos impostos e confabular para safar-se...
Ela vai continuar crescendo. Ela vai continuar argumentando. Ela vai continuar aprendendo. Ela vai achar seu caminho, e um mix de nostalgia com orgulho estará presente em meu olhar em cada segundo da existência dela.